Apr 1, 2007

Poema simples

De onde vêm os insetos

dos sorrisos dos maiores insetos
eles sorriem? os insetos?
da impressão então dos sorrisos
dos maiores insetos
nascem insetos menores
desses também os sorrisos
sorriem? os menores?
da impressão pois dos sorrisos
menores dos insetos
menores nascem
os insetos ridículos
destes que não restam
sequer a impressão dos sorrisos
senão por deduções mesquinhas
nascem os invisíveis
insetos quase não vistos
por ninguém
mas vêem? os insetos? os não vistos?
quase por ninguém?
é claro que sim
e assim sucessivamente
até nos sentirmos
cegos nós mesmos e tristes
por não percebermos
os sorrisos dos insetos
além dos microscópios
e todos os que nascem deles
insetos
depois dos símbolos
e por diante
impressionantemente
dos sorrisos dos últimos
sorriem? os últimos?
ou quando o Deus cansado
de suas aladas rasteirezas
se descuida do ciclo
nasce por fim o amor
que é o menor inseto
que se tem conta
ou o último rompimento
cômico
do menor inseto
por ser já tão pequeno
e asqueroso
não nos detenhamos
nesta dúvida



p.s.: furtaram meu celular na sexta. Os que não me ligam, mantenham seu hábito.

2 comments:

tagg said...

eu me atrevo a dizer, então, pois ninguém disse: inseto ou não, o sorriso é para os de amor.
veja, sim, eu entendi seu poema, e fiquei preocupada como uma mãe.

Anonymous said...

Correndo o risco de mais uma vez dizer besteira, aqui vou eu!
Seriam os menores insetos as únicas pessoas que amam, e que são invisíveis aos olhos de quem não as procura? Ou por serem insetos tão pequenos, que amam, e asquerosos(já que Narciso acha feio o que não é espelho), são evitados por todos?
Me veio a ideia de que o minimo denominador comum entre todas as pessoas seria o amor, já que a ultima divisão resulta nele.
Se eu tiver entendido o poema, são os menores insetos os que mais me despertam dúvidas e interesse.