
Queria postar algo antigo, que minhas mais novas incursões aos versos andam sensíveis demais ao golpe crítico, porque ainda frágeis, mudando. Posto, então, no meu gosto, talvez o poema mais competentemente triste de meu último livro, sempre disposto a críticas, opiniões, rearranjos. Desejo arte a todos, perpetuamente!
Quando não há aniversário
em dias de tristeza
não se faz aniversário
as velas queimam cerejas
o tempo áspero trapo
arrasta no espaço buracos
miasmas lábios do avesso
destino enviesado
range demora e se chega
não há quem fomente o azo
batendo palmas
há o enfado do atraso
que não é seqüência nem pausa
não é calma nem pressa:
um sopro do desabafo
que infesta se as velas vazam
3 comments:
Tem a tristeza do vazio e da sensação de tempo parado que o acompanha.Foi o q senti. Poema que retrata aqueles dias em que esperamos que o mundo todo mude, pq é preciso mudar, mas que já n temos força nem vontade pra agir. Por sorte, esses dias vão-se embora e levam seu vazio consigo.
Bom saber que deu esta sensação, Dani. Me explico. Alguns dizem que a arte serve para se sentir sem os fatos externos que o obrigariam a sentir. Algo como experimentar sem risco. É sempre um prazer ter tua crítica sensível por aqui.
Interessantísssimo.
Gostei demais do que li nesse poema.
Muito diferente.
Muito bom.
beijoS.
Post a Comment