Feb 6, 2007

Líquido

São Paulo desamanheceu debaixo d'água hoje, prenúncio de um dia lento e cansativo. Como a pressa ainda não me deu trégua, posto um poema de ontem, nu como veio ao mundo. Ficam os votos de paz e muitas dúvidas sobre as maneiras plausíveis de sanidade.

Mudei de idéia, fica uma paródia.

Soneto do amor total a Vinícius

amo-te tanto, meu amor... no entanto
meu parvo coração tem mais vontades
amo-te às tuas amigas, teus espantos
se perfilam, portanto, em realidade

amo-te um amor calmo e protestante
pois amo além do culto e da verdade
amo-te, enfim, com grande liberdade
cada perna que passa e a cada instante

amo-te como um bicho, facilmente
de um amor adultério em plenitude
porque o desejo é um vício permanente

e de te amar assim, descrente e rude
é que um dia em mil corpos diferentes
hei de te amar doente o mais que pude

1 comment:

said...

Sabe... sonetos são a forma mais perfeita de falar de amor e quando encontram com o conteúdo certo ficam mais que perfeitos.
Agora com propriedade de torcadilho e não num mero acedinte... foi um DeLeite ler seu blog.