Jan 4, 2007

Me extraño

Definitivamente

É costume dar à morte
Um certo grave, um perfume,
Um vestido fabuloso (única peça)
Quase sem cortes.
Talvez por desrazão de não se supor natural
(que na História a alma é muito mais morta que viva).
Chove muito (prenúncio),
O triste que acaricia,
E ficamos a pensar na morte,
Quase naturalmente.

Assim como a água esguia,
Que escorre,
Que tanto retorna à fonte
Quanto inunda o mundo (epifania),
Segue-se à busca de quem morre, e onde,
E quanto! Da preciosidade.
Dos segundos que não seguem...
Dos tons que desvencilham das coisas,
Mais, se olha pra elas.

A noite dilui a chuva e meus olhos,
Estigmas da rotina,
Não querem o esforço.
Mesmo assim, um pouco a contragosto
(porque caiu de momento, a morte, sobre as coisas),
Vejo engasgado, para dentro
(desnecessário),
As gotas sumirem sem avisos.

A morte, então,
À parte (ausência)
Adereços de todos os tipos
(desprezo),
É pessoas sumirem sem aviso
(elipses).
E definitivamente...

No comments: