Apr 3, 2009

De volta aos versos

Embora este não seja um poema unânime (mesmo em foro íntimo), gosto dele por uma porção de razões mínimas que acabaram me levando a postá-lo. Sinceramente, não espero clemência, pior dos sentimentos possíveis que um leitor pode ser dotado. Espero, outrossim, um desgosto dominante com uma porção diferenciada de ressalvas. Será que acerta meu faro de leitor? Mais uma vez lamento pela impossibilidade de reproduzir a forma exata do poema, responsável por alguns de seus efeitos, e espero toda as opiniões com o mesmo olhar atento para o diálogo. Muita arte a todos, se ainda for tempo de arte!

meia-idade

que término antecipado
ou explosão incontida
que lábio petrificado no ventre de outro lábio
que grito
que tempo em falta ou excesso
sobre um amor delicado
ou olhos desviados
fugindo de olhos fixos
qual dos pares
vaidosos
revestido de sombras
de chamas
que medo
ou coragem súbita para tragar do momento
o seu incenso
que história foi ouvida
que romance testemunha
a mais genial perfídia contra o amor

o que deu ao amante
seu infeliz veredicto
ora expiado

o que faz com que ande
enfim
neste ser condicional

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