Apr 14, 2008

Outro poeminha


Nó nas tripas

devo tê-lo
feito com força
no centro do laço

quase precário
de ser desfeito
no amor das pontas

com as pontas
de outros dedos
pode ser firme

orgânico
emaranhado
de carne e sangue

pode ser seco
de pouca conta
umedecer-se

entre os tecidos
de qualquer forma
é certo que prende

o que não sei
ao que vem comigo
que até estranho

quando me contam
que tal morreu
de nós nas tripas

se morrer é o nó se desatando

5 comments:

tagg said...

Elas transam, sim. Mas com carinho ;-). Outros nós.

Isaac Frederico said...

uma amargura muito grande nas linhas apenas visualmente simplórias.
e uma proposta poeta: há uso para os escritos que trazem uma carga imensa de tristeza ou luto ou redenção?
pessoalmente creio que sim, há coisas boas a serem tiradas

Guto Leite said...

Também acredito que sim, poeta. Mas qual o sentido do termo "uso" na reflexão que propôs? Grande abraço

william said...

Talvez seja por aí, quanto mais puxármos para desatá-los mais eles se apertarão.A amarração dos versos curtos se casa muito bem com os significados do poema.

FlaM said...

Liindo! muito bom. Perdi alguma coisa? ñao achei amargo!