Gosto muito dos poemas que vêm assim! Com alguma maquinação, em grande parte subconsciente e silenciosa, e muito deixar-se ir. Claro, um reparo aqui outro ali depois de feito. Como disse o Niemeyer, "um sopro, né? A vida é um sopro". Assim também é o poema.
Pequenina
talvez uma chama te alastre o corpo
pequenina
e queiras ardê-la te tendo ao fogo
rápida e fria
mas não te dizem da longa existência
das coisas
isso não te contam
como o ar estagnado que existe
mesmo em sua ausência
o vento é só o que sentes como movimento
e este precipita
pode conter a carícia decerto mas não te embala
em cheio
na paz que dentro da madeira conta
uma dezena e meia
e aquilo que não ocorre não acrescenta
nem tira
assenta-te à borda da fogueira
pequenina
tal se o frio te abismasse e não trouxesse
asas
se não te queimares doce na fagulha
espera o encanto mórbido das brasas
e um último vento virá soprar as cinzas
May 14, 2008
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4 comments:
Olá, Guto!
Excelente post.
Parabéns.
Obrigado, David! Apresentei à musa hoje e, após algumas leituras, ela gostou bastante. Entrei em teu blog e assino embaixo da tua causa. Chega de covardia! Qualquer forma de violência contra crianças não merece permanência, é o avesso da poesia! Espero alcançarmos a clareza de nos livrarmos definitivamente disto!
bonito! lindo desfecho!
bj. viu? estou procurando os antigos...
bonito! lindo desfecho!
bj. viu? estou procurando os antigos...
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