Aug 1, 2008
A morte da metáfora
Um conhecido se matou (sim, suicidar-se não está fora de moda). Pouco o conheci um dia, ainda menos depois que me formei e saí de Campinas. Lembro, contudo, quando o encontrei num bar alguns dias após o 11 de Setembro e ele me disse: "você faz poesia, né? Por quê? Olha isso! Não existe mais metáfora, a metáfora é impossível!". Ele queria dizer, acredito, que há um momento em que a figura impossível está tão perto do conteúdo denotado que as figuras de linguagem se desmancham... Brilhante, genial! Não sentirei a falta desse meu conhecido, mas o mundo o sentirá, certamente o sentirá. A natureza medíocre de nossos tempos sucidirá todos os brilhantes!
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3 comments:
pois eu diria que o suicídio foi a metáfora mais eloqüente da sua vida...
bjim, f
pela afirmação do sujeito, nota-se de forma clara o egoísmo irrefreável dos suicidas.
- - -
ou ... teria se suicidado um alter ego, nesse caso? um "ricardo reis" de carlos leite, o gutão ?
Salve queridos, obrigado pelos comentários.
Flá, pra mim, nada mais literal do que a morte, querida.
Poeta, quem dera tivesse sido um alterego. É acho que está certo em identificar esse egoísmo no suicida sim, mas penso muito em outras coisas que o compõem e também naquilo que a época se encarrega. Será que se matam mais nuns tempos do que noutros?
Abraços, meus caros, agora já estou menos descrente
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