Aug 13, 2008

Patternidade

Não sei se é comum, mas vira e mexe bato à porta de algum ser do passado com um teste de D.N.A em mãos exigindo os meus direitos. No colegial, por exemplo, após um absolutamente estúpido esforço matemático, bolei uma nova fórmula pra se descobrir o número de algarismos das mantissas; meu professor, após consultar a universidade, descobriu que um matemático medieval fizera o mesmo. Na universidade, escrevi um roteiro que dividisse as telas e guiasse o foco de atenção (ou desguiasse) pela cor e pelo som; nos processos de filmagem, descobriu-se um filme que utilizava o processo. Nas minhas atuais leituras, descubro e e cummings. Não que seja tudo idêntico (lembro que os filhos não são ipsus litteris seus pais), mas muitos dos padrões lá estão, inconfundíveis! Filhos são por definição menores do que os pais (os últimos homens serão mínimos). É, realmente a originalidade é um pedaço de ar depois do abraço.

poema de meio de
sonho


ser-
iam
os grilos Jesus-
cr
istos

p.s.: há uma forma aqui impossível de ser reproduzida.



you no

tice
nobod
y wants

Less(not to men

tion least)&i
ob
serve no

body wants Most

(not
putting in mildly
much)

may

be be
cause
ever

ybody

wants more
(& more &
still More) what the

hell are we all morticians?

p.s.: in Complete Poems, Volume 2 1936-1962 (1968)

1 comment:

FlaM said...

Adoro (tb) quando ficas assim, meio maluqunho. adoro poemas maluquinhos...
(no ótimo sentido, claro)
bj, f