Hoje posto novamente um poema feito há algumas semanas. Posto em agradecimento ao Carpinejar pela excelente oficina que ministrou ao longo destes dois últimos meses. Posto também em agradecimento pela indicação que o poeta fez ao meu livro num programa de TV aqui de Porto Alegre. Claro que ainda mantemos diferenças quanto ao fazer poético, até porque o entendo com um escritor muito mais bem resolvido esteticamente do que eu, mas considero fundamentais estas diferenças pela minha busca constante de voz poética própria. Há um conceito fonológico denominado "formante", que seriam traços mínimos que distinguem uma vogal da outra. Digamos que estas oficinas com o Carpinejar acrescentaram um ou mais formantes a esta voz tão obsessivamente procurada. Se a arte ainda for possível, muita arte a todos nós!
p.s.: aos meus leitores porto-alegrenses, o programa referido é o "Radar" na TVE (RS).
o porto
minha cidade é o arquipélago
que surge do estuário
− digo minha por preguiça −
do fósforo gasto da usina
ao frio agarrado aos morros
minha ilha se estende
se acaso singro o quadrante
milha além dessas linhas
naufrago na polidez
se salvo preso aos escombros
da ilha antagônica
sofro correntes marítimas
ser estrangeiro é esperar pela praia
Jul 29, 2008
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5 comments:
Querido, o melhor é esperar na Rua da Praia - lá no alto, comendo um cachorro-quente na Princesa com guaraná Caçula, ou um sanduíche da Primavera.
Ai, Guto, passeios gastro-mneunômicos da minha porto alegre...
E aí já te destes conta das saudades de nossos passeios poéticos?
Saudades, Flávia
Oi Guto,
o Carpinejar te falou quando vai passar o programa? Posta, se souberes.
Nos vemos no próximo módulo, então?
Beijos, Alê
oi Flá, obrigado pela dica. Por aqui, por enquanto, sempre encasulado, enclausurado, talvez. Quando vens?
oi Lê, na verdade, foi ontem. O Carpinejar não sabia qual dia dessa semana seria. Aí fui ver ontem e era. Foi bem legal! Fiquei bastante feliz! Obrigado pela visita, espero que volte sempre que quiser...
opa, eu lembro desse...
Sabe que blogs como o seu me calam?
tantas vezes nem sei o que dizer...
Obrigado, Mimi... sem palavras...
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