Versão "definitiva":
O porto
minha cidade é o arquipélago
que surge do estuário
− digo minha por preguiça −
do fósforo gasto da usina
ao frio agarrado aos morros
minha ilha se estende
se acaso singro o quadrante
milha além dessas linhas
naufrago na polidez
se salvo preso aos escombros
da ilha antagônica
sofro as correntes marítimas
ser estrangeiro é esperar pela praia
Piá
minha cidade é o arquipélago
que surge do estuário
− digo minha por preguiça −
do fósforo gasto da usina
ao frio agarrado aos morros
minha ilha se estende
se acaso singro o contorno
um tanto além dessas linhas
naufrago na polidez
se salvo preso aos escombros
da ilha antagônica
sofro as correntes marítimas
ser estrangeiro é esperar pela praia
Jun 14, 2008
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13 comments:
Guto, muito bom!Além do ritmo dos versos a imagem de todo estrangeiro que se sente piá na terra do outro. Bravo!
ps: eu dispensaria o prólogo.
Tens razão! Retiro o prólogo agora... Mostra-se contraditório ao poema. Rasgado demais para algo demais medido. No entanto instiga de certa forma. Enfim, corto o prólogo. Obrigado, querida, pela dica e pelo elogio!
Esperar pela praia... que final.
Minha cidade é tão cinza que esconde seus poemas (e poetas) na fumaça. Os estrangeiros daqui, sonham com praias e mares além.
Mas agora fiquei tão curiosa sobre o prólogo, aff!!!
Querido, vc está virando nativo: ser portoalegrense é esperar pela praia...
Te acalma, ainda tens o terrível agosto de porto alegre pela frente. Torça para que este nåo seja tão frio e principalmente não seja tão chuvoso.
Beijo, Flávia
Instiga? Conta!
Querido, me inspirastes a postar o meu próprio poema portoalegrense. Primaveril e desterradamente portoalegrense. Beijo, (o que eu não faço prá receber a tua visita, hein?) Flávia
Gratíssimo pelas impressões e críticas. O prólogo, esclareço trazia o momento que antecedeu o poema e, na minha opinião, instiga porque vai do sentimento nenhum (não sou porto-alegrense, a cidade não me interessa), ao envolvimento máximo (na evocação do sentimento para falar dela, quando fui solicitado a tal) e de volta a um sentimento comedido (porque acho o poema, de certa forma, bem comportado). Arte a todos nesta semana fria!
Nem todo verso é preso ao nosso sentimento. Nem todo sentimento é atado a nossa percepção.
Nem todo poeta é todo feliz e nem todos sabem ler nosso coração.
Beijos, Guto, adoro suas visitas e vc tem toda a liberdade de gostar e desgostar do que quiser.
Mas eu gosto assim, de ti!
Guto Leite, vc tem 2 blogs???
é vc quem visita Márcia(Clarinha)???
oi Mimi, obrigado pela visita e pela liberdade concedida. Sobre os blog, só tenho este aqui mesmo, mas tenho nome e sobrenome bem comuns, o que deve ter gerado a duplicidade.
Postei hoje a versão mais definitiva, cuidada, pronta pro livro "burguesinho" que espero que saia, no máximo, até ano que vem. Acho interessante o exercícios dos dois poemas expostos, como o corpo e a carcaça. Arte a todos, excessos!
Guto, acho aquele Bandeira lá bárbaro- imexível e irrepreensível!
sobre o que vc fez aqui, gostei! gostei de quadrante e milha . Acho que acrescentou, amadureceu e embelezou, mas não sei falar, teorizar a respeito. Achei que vc mexeu bem. E gostei disso, esse antes e depois. É lúdico e, porque não?, didático. Acho que funciona bem no contexto blog.
Poema burguesinho... vou botar na pauta dos nossos assuntos pro chima na reden em julho...
bj, f
Gutao,
ontem quem teve aqui em casa foi o Isaac Frederico, do blogpresença. Me mostrou seu Poemas lançados fora, e leu uns textos.
Em retribuiçao, lhe chegará pelo envepole dele meu segundo livreto, o Ladrão da Matriz.
Troquemos, deixa o pagamento chegar e me avisa: quero comprar em livraria nao, mas quero seu livro, queria pegar contigo, me explica como? manda por email lá o procedimento. heykpimenta@gmail.com
abração.
Até.
claro! volte sempre. e pode dar pitacos.
aliás, bonito poema. parabéns! vou te linkar no meu blog, ok?
abraço!
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