Dec 18, 2007

O próximo trabalho

Passei toda a tarde de hoje, graças a uma noite péssima que me custou a manhã, entretido no meu próximo trabalho, digamos, sério. Estou finalizando um terceiro roteiro para, mais uma vez, trabalhar com meu amigo, diretor, Ivan Rodrigues. Basicamente, trata de um disparate histórico, que, agora que está registrado, posso comentar com mais liberdade. Eis o mote: por alguma causa não explicada no filme (mas que devemos explorar em produções seguintes), descobre-se que Malthus estava certo em suas teorias. Os países mais pobres, então, decidiram por adotar uma medida chamada "estado senil". Esta medida consiste em "orientar" as pessoas com mais de sessenta anos a realizarem testes de senilidade, com a pena de "supressão" para aqueles que, por acaso, sejam reprovados. Aos que atingirem a idade de 85 anos, a supressão estatal é imperativa, a não ser que o próprio presidente intervenha com o benefício da salvaguarda ao cidadão, por alguma espécie de mérito (artístico, social, político). O que inicialmente se apresentara como uma maluquice da minha cabeça, ao desenvolver a primeira versão do roteiro, se configurou bastante complexo e com várias conseqüências previamente não previstas, mas que já foram incorporadas ao segundo e terceiro tratamento (também com as idéias do Ivans e de outras pessoas). Será que todas as idéias já estavam previstas no mote original, eram proporcionadas por sua enganosa simplicidade ou foram construídas a posteriori por nós para deixar a idéia mais interessante? Por favor, quem se animar a comentar o mote, dando idéias, críticas, sugestões, é muito bem-vindo. Heia-oh! que o único simples é o complexo!

p.s.: agradeço também às muitas visitas ao myspace da minha banda. Se me virem por aí, avisando-me, me curvo.

2 comments:

Unknown said...
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Unknown said...

Faz-me lembrar do "intermitências da morte" do Saramago. Não pelo tema, mas pela criação de uma "pequena" alteração que muda drasticamente a vida de todos, e desfaz a organização actual da sociedade.
Teu roteiro tem muito mais potencial do que o livro do Saramago.
Literatura de folhetim... Ou eu sou uma burra daquelas bem burras, e não entendi o grande salto do livro. Pra mim n passa de um monte de idéias batidas, e mastigadas por um senhor que n usa pontuação. Ai que feia que eu sou. Pois é!
Evitar idéias mastigadass é difícil, eu sei. Não consigo fugir delas na fotografia, por isso nem me atrevo a escrever.