Apr 9, 2008

Os romanos é que sabiam

Estou lendo, por conta da especialização, mas por prazer, "Satyricon" de Petrônio. Dentre os inúmeros prazeres, as descrições de orgias, as brincadeiras e "tricks" narrados pelo protagonista, uma cena em especial me chamou curiosamente a atenção. Num jantar oferecido por Tremelquião, assim que sentaram à mesa, os homens tinham escravos a seu dispor, que lhes jogavam água gelada às mãos e com extrema delicadeza lhes retiravam a cutícula dos pés (cum ingenti subtilitate tollentibus). Às vezes me pego a refletir, obviamente dentre os prazeres contemporânea e humanitariamente possíveis, em que ponto de nossa caminhada pós românica nos tornamos imunes às pequenas práticas de gozo, aquelas que, para nosso pesar, concentram a maior qualidade dos prazeres?

3 comments:

tagg said...

nem sei os pequenos são os melhores nem se os que não dizem não fazem...ou o contrário :-p. de qualquer forma, é difícil pra grande maioria de nós saber onde buscar o prazer.

Isaac Frederico said...

exato.
seria válido dizer "nós" ? os pequenos prazeres da acontecência vão se processando, à guiza da individualidade e do que cada um busca, senão o lance já teria parado de "rolar", quiçá

tagg said...

acredito profundamente na individualidade. na coletividade minha crença é menor, mas ainda é crença...;-P