Ontem participei de uma matéria sobre poesia contemporânea (quem quiser, edição de sábado do JT)e, tirando a parte que matéria jornalística sobre poesia ser algo essencialmente estranho, conheci o que alguns escritores jovens andam fazendo com seus versos. Salvo algumas diferenças de perspectiva, a impossibilidade de se configurar movimentos literários atualmente e a diluição do sujeito moderno, temas em que sempre apostei, pareceram uma espécie de pensamento constante. Dentre os recém conhecidos, destaco uma jovem senhorita carioca que me lembrou, em suas falas ríspidas, algo que já tinha, razoavelmente, esquecido: é preciso causar polêmica! Não só nas canções e shows, como tenho feito. A poesia é preponderantemente um veículo apropriado para a controvérsia. Então, trago um poema antigo esperando causar a velha rusga e revolta.
Poema antigo
Morava, um casal de virgens donzelas,
Cabelos em duplos corpos de esfinge,
No grande castelo. “Todos, ouvi!” Eis
A dor imensa, pois vai-se uma delas.
Amiga longe. “Morte à sentinela!”
É hoje senhora, a criança virgem.
Vestido manchado. “Todos, ouvi!” Eis
Tensão (e calma...), pois volta a donzela.
Canto dos olhos da velha? Remelas.
A labareda eterna não se extingue
E toda a virgindade se enovela.
(São cambalhotas no Lago dos Cisnes?)
A falta de viço a degolé a lenda.
(Quer algo mais antigo do que virgens?)
Nov 21, 2007
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5 comments:
Vale a revolta de não ter entendido?? Tás a ficar complicado, Mr. Guto!
Faço minhas as palavras da Daniela!
Ao ler o pretenso polêmico poema,
Acredite: é a cabeça que se enovela!
Ique, bufão a fazer pastiches.
ele voltouuuuu!! =)
mesmo que eu não tenha entendido NADA, pela primeira vez não me sinto por fora, já q pelo jeito... vc complicou prá td mundo, hein?
bjocaaa
q
rs
Complicado mesmo, hein? Mas nada como ser "filha" do poeta... rs. Beijos.
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